segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Reboot

Por vezes são necessários. A máquina não responde, tem um problema grave. Não há nada a fazer. Carrego no botão e sei que vou perder aquilo em que estava a trabalhar, ou talvez mais. Por vezes é uma coisa insignificante, por vezes é algo muito importante. E nunca temos a certeza se vai funcionar. Mas se não fizer, também não me serve de nada ter ali a máquina a funcionar. Continuo sem conseguir acabar o que estava a fazer e não posso fazer mais nada com ela.

As relações são iguais. Se calhar acontecem menos erros fatais, mas quando encravam, continuamos com as mesmas três opções : continuam ad eternum mesmo sem funcionar, vão para o lixo ou faz-se um reboot.

Muitas pessoas fazem reboot aos seus computadores. Alguns até demais.
Poucas pessoas fazem reboot às suas relações.
Parece que se importam menos com estas do que com os seus computadores.
A grande maioria de erros fatais nas relações termina com a primeira solução. O que convenhamos, não é propriamente o adequado. Não percebo porque é que alguém quer ter uma relação que não funciona ou que funciona bem aquém das suas possibilidades? (perceber, percebo... é o mais fácil. e até hà bem pouco tempo eu também pensava assim)
Muitos outros optam pela segunda solução. O que a meu ver é uma solução mediana. É drástica, mas por vezes pode ser a única. Quando o que sentimos na relação não é suficiente para passar por estes problemas, há que acabar, trocar. Ou quando os problemas são persistentes, recorrentes e não se adivinham soluções.

Este fim-de-semana fiz um reboot. Sei que perdi algumas coisas que não ficaram gravadas. E sei que houve coisas que ficaram corrompidas. Mas não quero deitar esta máquina fora, nem quero que ela esteja parada. Preciso desta máquina a funcionar ao máximo das suas possibilidades.

E no fundo, no fundo, mesmo sem erros fatais, esta máquina já tinha alguns problemas e estava a precisar de um reboot...

3 comentários:

Catioska disse...

acho que nao se perdeu nada que nao tivesse ficado gravado... essa é a diferença entre as máquinas e as pessoas nas relações. não consegues não memorizar :)
amo-te

Coxo disse...

Espero que tenha sido um óptimo reboot. Não se esqueçam de avisar os que estão mais perto, para que o reboot não seja interrompido e não haja corrupções! Abraço e Bjs

Anónimo disse...

Tenho para comigo que o que não mata só fortalece. Sou a favor dos reboot. Não gosto de coisas mornas e acho que não se deve viver as coisas sem intensidade. Se algo está mal, há que abanar a coisa, fazer uma tempestade, porque também é importante saber em que estruturas se assenta aquilo que se vai construindo. As vezes basta só mudar umas quantas coisas: fazer umas remodelações, meter umas janelas novas porque estas já deixam entrar o frio. E correndo o risco de dizer o que se diz correntemente, digo-o porque o sinto, digo que o amor é que é importante e o amor é uma coisa que se constrói, muitas vezes com uns quantos reboots. Beijos no coração aos dois.